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Segurança do Trabalho: Panorama Geral

Segurança do trabalho
Segurança do Trabalho: profissões e salários, conceitos e siglas, documentação (PGR, LTCAT, CIPA, etc), treinamentos, história e muito mais.
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Olá meu aluno, olá minha aluna, finalmente decidi encarar o desafio de fazer um artigo mais abrangente sobre segurança do trabalho. Um artigo que fosse voltado para os que estão pensando em entrar na área e também para aqueles que estão cursando a formação.

Geralmente eu escrevo para pessoas já formadas sobre temas técnicos e específicos, mas esse artigo aqui será mais geral, como se fosse uma introdução ao tema. Ao longo do artigo vou “linkar” para outros conteúdos mais aprofundados aqui no Blog, caso você deseje mergulhar em alguns temas. Vamos lá?

Vamos começar explicando, de forma simplificada e despretensiosa, que segurança do trabalho é um conjunto de medidas, procedimentos ou práticas que visam garantir a proteção da saúde e integridade física e mental dos trabalhadores. O objetivo da segurança do trabalho é prevenir acidentes e doenças ocupacionais, além de promover um ambiente de trabalho saudável e seguro.

Segurança do trabalho
Segurança do trabalho é um conjunto de medidas, procedimentos ou práticas que visam garantir a proteção da saúde e integridade física e mental dos trabalhadores.

Essas medidas de segurança do trabalho podem e devem incluir:

  • treinamentos,
  • uso de equipamentos de proteção individual (EPIs),
  • regulamentação e fiscalização,
  • procedimentos de segurança,
  • manutenção preventiva,
  • sinalização de riscos,
  • e muitas outras providências.

A Segurança do Trabalho é fundamental para proteger a vida e a saúde dos trabalhadores, além de contribuir para a produtividade e o sucesso das empresas. É responsabilidade do empregador fornecer um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus funcionários, enquanto os trabalhadores também devem seguir as normas de segurança estabelecidas e utilizar os equipamentos de proteção individual necessários para sua segurança e daqueles que o cercam.

A segurança do trabalho traz quais benefícios?

A segurança do trabalho é extremamente importante porque ela protege a integridade física e mental dos trabalhadores, reduzindo a incidência de acidentes e doenças ocupacionais. Além disso, um ambiente de trabalho seguro e saudável pode melhorar a produtividade dos funcionários, aumentar a satisfação no trabalho e reduzir as faltas e a rotatividade de pessoal.

Dica de aprofundamento: o que a empresa ganha se investir em segurança do trabalho?

Investir em segurança do trabalho traz benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Para os trabalhadores, um ambiente de trabalho seguro e saudável aumenta a motivação, reduz o estresse e a ansiedade e pode melhorar a qualidade de vida.

Segurança do trabalho
Segurança do trabalho: um dever de todos

Para as empresas, investir em segurança do trabalho pode reduzir os custos com acidentes e doenças ocupacionais, aumentar a produtividade, melhorar a imagem da empresa junto à sociedade e reduzir o risco de processos judiciais.

Além disso, as empresas têm a obrigação legal (falaremos sobre legislação mais adiante) de oferecer um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus funcionários, conforme as normas e regulamentos estabelecidos pelas leis trabalhistas. Portanto, investir em segurança do trabalho é uma responsabilidade social e legal das empresas.

Quem inventou a segurança do trabalho?

Dá para dizer que a preocupação com a segurança do trabalho começa com o surgimento das primeiras fábricas, no início da Revolução Industrial. Veja alguns fatos interessantes:

  • As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições eram pra lá de precárias.
  • Eram ambientes com péssima iluminação, sem ventilação, sujos e extremamente inseguros. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a trabalhar até 18 horas por dia. Estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões e seus supervisores.
  • Acidentes graves e mesmo fatais eram constantes.
  • Direitos trabalhistas, nem pensar. Não havia férias, décimo terceiro salário, auxílio-doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício.
No início da Revolução Industrial as condições de trabalho eram precárias.
No início da Revolução Industrial as condições de trabalho eram precárias.
  • Se perdessem o emprego, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de extrema necessidade.
  • Diante desse quadro caótico que os trabalhadores começaram a se unir em torno de melhores condições de trabalho.
  • O surgimento dos sindicatos é consequência direta do terrível quadro histórico mostrado acima.
  • As comissões internas de trabalhadores, que depois viraram a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) aparece logo após a chegada das máquinas e o aumento do número de acidentes.
  • Sua regulamentação começa a se dar, no mundo em 1921 e no Brasil a partir de 1944.

Dica de aprofundamento: história da segurança do trabalho.

Então, não existe um inventor para a segurança do trabalho. Muitos países diferentes, ao longo do tempo, foram observando que algumas atividades profissionais eram mais perigosas do que outras. Por exemplo, a atividade de extração de minério é mais perigosa do que a do datilógrafo (aquela pessoa que antigamente ganhava a vida datilografando). Se você é muito novo e não sabe o que é um datilógrafo, veja no Google Imagens. A função hoje em dia mais semelhante a essa talvez seja a da secretária.

Esses países criaram órgãos com o objetivo de criar leis para obrigar as empresas a cuidar da segurança do trabalho. Isso vem se desenvolvendo e sendo aprimorado ao longo do tempo.

10 exemplos de acidentes e doenças do trabalho

Existe uma relação indireta entre a segurança do trabalho e o números de doenças e acidentes no trabalho. Quanto mais a empresa e os trabalhadores se preocupam com a segurança do trabalho, menor é a probabilidade de ocorrência de um evento negativo não desejado.

Tudo que não queremos é que as pessoas adoeçam, sofram acidentes graves, ou até mesmo venham a óbito devido as condições nos ambientes de trabalho.

10 exemplos de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho
10 exemplos de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho

Para você que é novo na área, talvez seja difícil imaginar que tipos de situações são essas. Então, agora vou dar 10 exemplos que vão te ajudar a visualizar isso melhor.

  1. Lesões por esforço repetitivo (LER): uma condição dolorosa que afeta os músculos, tendões e nervos e geralmente é causada por atividades repetitivas.
  2. Acidentes de trabalho envolvendo quedas: quedas de alturas, escadas, andaimes ou outras superfícies elevadas podem resultar em ferimentos graves, incluindo fraturas, contusões e lesões cerebrais.
  3. Lesões por levantamento de peso: o levantamento de objetos pesados ​​sem o treinamento adequado pode levar a lesões nas costas, hérnias de disco e outras lesões.
  4. Exposição a substâncias químicas tóxicas: trabalhadores que lidam com produtos químicos, como pesticidas, produtos químicos de limpeza e gases tóxicos, podem desenvolver doenças respiratórias, câncer e outras doenças graves.
  5. Acidentes de trabalho envolvendo veículos: acidentes de trânsito envolvendo veículos de trabalho, como caminhões, ônibus e empilhadeiras, podem resultar em ferimentos graves e morte.
  6. Síndrome de Burnout: um estado de esgotamento emocional, despersonalização e baixa realização pessoal que pode afetar trabalhadores que experimentam níveis elevados de estresse no trabalho.
  7. Transtornos de ansiedade relacionados ao trabalho: ansiedade relacionada ao trabalho pode se manifestar em várias formas, incluindo transtorno de ansiedade generalizada e transtorno obsessivo-compulsivo.
  8. Trauma acumulado: exposição prolongada a situações estressantes e traumatizantes no trabalho, como trabalhar em unidades de emergência, pode resultar em transtorno de estresse pós-traumático.
  9. Acidentes de trabalho envolvendo máquinas: trabalhadores que operam máquinas perigosas, como serras e prensas, correm o risco de ferimentos graves e morte.
  10. Doenças infecciosas relacionadas ao trabalho: profissionais de saúde e trabalhadores de laboratório estão em risco de contrair doenças infecciosas, como hepatite B e HIV/AIDS, durante o desempenho de suas funções.

Dicas de aprofundamento:

Análise de acidentes de trabalho

Por que fazer análise de acidentes de trabalho?

Dica de vídeo:

Planilha com indicadores de acidentes

Conheça os 5 tipos de riscos ocupacionais clássicos

Observe que nesse tópico eu aproveitei para inserir uma palavra que eu ainda não havia usado nesse texto: ocupacionais ou ocupacional no singular. Ocupacional é tudo que é derivado da sua ocupação, ou seja, da sua atividade profissional.

Então, aprenda que é muito comum também se usar essa palavras, podemos falar de segurança do trabalho, ou também de segurança ocupacional. Podemos ouvir a expressão doença originada no trabalho, ou também, doença ocupacional.

Pois bem, desde que os estudos sobre segurança do trabalho foram avançando, os estudiosos dessa tema começaram a catalogar os riscos ocupacionais que foram sendo encontrados. E hoje em dia, no Brasil, costumamos dividir os riscos em 5 categorias. 

Riscos físicos

Os riscos físicos são aqueles originados por agentes físicos, por exemplo, ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, vibração e demais tipo de energia fora dos padrões de segurança aos quais os trabalhadores podem estar sendo expostos.

Para cada um desses agentes, existem métodos de proteção. Por exemplo, em um ambiente com muito ruído, pode ser recomendado o uso de protetor auricular.

Uso de protetor auricular
Uso de protetor auricular

Cada uma desses agentes vai causar danos específicos à saúde física dos colaboradores, portanto, para cada um destes itens, existe um limite aceitável. A esse limite damos o nome de limite de tolerância.

Existe toda uma área de estudos, conhecida como higiene ocupacional, que visa quantificar esses agentes e definir limites dentro os quais o trabalho será considerado saudável. E, se acima dos limites, então o trabalho poderá causar danos à saúde.

Riscos Químicos

Os riscos químicos são aqueles originados pelos agentes químicos. São exemplos de agentes químicos:

  1. Ácidos: substâncias corrosivas que podem causar irritação na pele e nos olhos, queimaduras e danos permanentes.
  2. Alcalis: substâncias altamente básicas que podem causar irritação na pele e nos olhos, queimaduras e danos permanentes.
  3. Solventes orgânicos: produtos químicos que são usados ​​para dissolver outras substâncias e podem causar danos aos pulmões, fígado e sistema nervoso central.
  4. Metais pesados: metais tóxicos, como chumbo, mercúrio e cádmio, que podem causar danos neurológicos, renais e hepáticos.

Estes agem de forma a penetrar no organismo do colaborador, podendo causar sérios danos à saúde.

Agentes químicos
Agentes químicos

Aqui estão algumas das formas mais comuns de penetração dos agentes químicos no corpo humano:

  • Inalação: a exposição aos agentes químicos por meio da respiração de ar contaminado é uma forma comum de exposição, principalmente quando se trata de vapores, gases e partículas finas.
  • Absorção pela pele: os agentes químicos podem ser absorvidos pela pele, especialmente se a pele estiver danificada ou exposta por muito tempo. Por exemplo, trabalhadores que manipulam produtos químicos líquidos sem proteção adequada podem sofrer irritação, dermatite e outras reações alérgicas.
  • Ingestão: os agentes químicos podem ser ingeridos quando uma pessoa coloca as mãos contaminadas na boca, come ou bebe alimentos ou líquidos contaminados ou inala poeira que contém produtos químicos.

Em geral, os agentes químicos podem afetar diferentes órgãos e sistemas do corpo, como o sistema nervoso central, sistema respiratório, fígado, rins e pele, dependendo do tipo de agente químico e do nível de exposição.

Riscos Biológicos

São aqueles causados por organismos vivos como bactérias, vírus, fungos e protozoários. Os agentes biológicos são encontrados em vários tipos de empresas, principalmente aquelas que lidam com materiais orgânicos ou processam produtos alimentares.

Agentes biológicos
Agentes biológicos

Aqui estão alguns exemplos de empresas que são mais propensas a terem agentes biológicos presentes em seu ambiente de trabalho:

  • Indústria alimentícia: empresas que produzem, processam ou embalam alimentos são particularmente propensas a terem agentes biológicos em seu ambiente de trabalho. Isso ocorre porque os alimentos podem ser contaminados por microrganismos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, que podem causar doenças transmitidas por alimentos.
  • Hospitais e clínicas de saúde: essas empresas são propensas a terem agentes biológicos, como bactérias, vírus e fungos, presentes em seu ambiente de trabalho devido à presença de pacientes doentes que podem estar infectados com doenças infecciosas.
  • Laboratórios de pesquisa biológica: esses laboratórios lidam com uma variedade de microrganismos perigosos, como bactérias patogênicas, vírus e fungos, que são usados ​​para pesquisa médica e científica.
  • Agricultura e pecuária: trabalhadores que lidam com animais, como veterinários e agricultores, são propensos a terem contato com agentes biológicos, como bactérias e vírus, que podem ser transmitidos de animais para humanos.
  • Tratamento de resíduos: empresas que lidam com o tratamento de resíduos orgânicos, como resíduos hospitalares e lixo orgânico, são propensas a terem agentes biológicos em seu ambiente de trabalho.

É importante que as empresas tomem medidas preventivas para minimizar a exposição dos trabalhadores a agentes biológicos, como fornecer equipamentos de proteção individual, treinamento em higiene pessoal e ambiental e implementar protocolos de segurança adequados para a manipulação e disposição de materiais biológicos.

Riscos Ergonômicos

Os riscos ergonômicos são riscos relacionados às condições de trabalho que podem afetar o conforto, a saúde e a segurança dos trabalhadores. Eles estão relacionados à adaptação do trabalho às características físicas, fisiológicas e psicológicas do trabalhador, com o objetivo de garantir a eficiência, produtividade e bem-estar no ambiente de trabalho.

Esses riscos estão associados a uma variedade de fatores, como postura inadequada, movimentos repetitivos, esforço físico excessivo, vibração, iluminação inadequada, ruído excessivo, falta de conforto térmico, organização inadequada do trabalho e outros fatores que podem gerar desconforto ou lesões físicas.

Ergonomia
Ergonomia

Os riscos ergonômicos podem afetar diferentes partes do corpo, incluindo coluna vertebral, membros superiores e inferiores, visão e audição. Eles podem levar a lesões músculo-esqueléticas, como tendinites, bursites, dores nas costas, fadiga visual, entre outros problemas de saúde.

Para prevenir os riscos ergonômicos, as empresas devem investir em soluções ergonômicas, como adaptações no ambiente de trabalho, mobiliário adequado, organização do trabalho, treinamento para posturas corretas e uso de equipamentos de proteção individual.

Riscos de acidentes

Os riscos acidentais se caracterizam por situações perigosas que ameacem a segurança e saúde do trabalhador e possam causar sérios acidentes. Os agentes desta classificação incluem:

  • má iluminação,
  • operação de máquinas sem equipamento de segurança,
  • estrutura de trabalho inadequada,
  • situações de atividade em altura,
  • risco de choque elétrico,
  • incêndio,
  • atmosferas explosivas,
  • sinalização ineficiente e
  • manuseio de máquinas pesadas. 

Claro que esses riscos variam de acordo com a atividade realizada e o ambiente de trabalho, mas são comuns em muitas indústrias em todo o mundo. Por isso, é importante que as empresas implementem medidas de prevenção para minimizar esses riscos e proteger a saúde e a segurança de seus trabalhadores.

Como a segurança do trabalho controla os riscos ocupacionais?

Agora que já aprendemos quais são os 5 grupos clássicos de riscos ocupacionais, a próxima pergunta é: como a segurança do trabalho atua para controlar esses riscos?

Podemos dizer que a segurança do trabalho tem como objetivo identificar, avaliar e controlar os riscos ocupacionais. que existem no ambiente de trabalho, a fim de evitar acidentes e doenças ocupacionais.

Para atuar nos riscos operacionais, a segurança do trabalho deve seguir algumas etapas:

  1. Identificação dos riscos: é importante realizar uma análise dos processos produtivos para identificar quais são os riscos operacionais associados. Isso pode ser feito por meio de observações, inspeções e avaliações dos processos.
  2. Avaliação dos riscos: após a identificação dos riscos, é importante avaliar sua gravidade, probabilidade de ocorrência e possíveis consequências. Isso pode ser feito por meio de ferramentas como a famosa Análise Preliminar de Risco (APR).
  3. Controle dos riscos: com base na avaliação dos riscos, é importante implementar medidas de controle para reduzir a probabilidade de ocorrência ou minimizar as consequências caso ocorram. Essas medidas podem incluir mudanças nos processos produtivos, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), treinamentos e outras ações.
  4. Monitoramento e revisão: é importante monitorar continuamente os riscos operacionais e revisar as medidas de controle para garantir que elas estejam sendo eficazes e para identificar novos riscos que possam surgir.

Assim, a segurança do trabalho atua buscando controlar os riscos operacionais por meio de uma abordagem metodológica, em etapas.

Existem instituições que se preocupam com segurança do trabalho?

Sim, existem diversas instituições que se preocupam com a segurança do trabalho, incluindo organizações governamentais e não governamentais, sindicatos, empresas e profissionais da área de segurança do trabalho.

Os sindicatos desempenham um papel crucial na promoção da segurança no local de trabalho. Eles representam os trabalhadores e podem negociar com empregadores para garantir que as medidas de segurança sejam implementadas e cumpridas.

Além disso, os sindicatos podem fornecer treinamento em segurança para os trabalhadores e oferecer assistência jurídica em casos de acidentes de trabalho ou violações de segurança. Através de sua atuação, os sindicatos podem ajudar a garantir que os direitos dos trabalhadores sejam protegidos e que os locais de trabalho sejam mais seguros e saudáveis para todos

No Brasil, uma das principais instituições responsáveis pela segurança do trabalho é o Ministério do Trabalho e Previdência. O Ministério é responsável pela elaboração e implementação de normas e regulamentos relacionados à segurança do trabalho, além de fiscalizar as empresas para garantir o cumprimento dessas normas.

Outra muito importante é a FUNDACENTRO (Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho). Sua criação foi motivada pelos altos índices de acidentes e doenças do trabalho que ocorriam na época, e aconteceu durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes, realizado em São Paulo em 1966.

A entidade nasceu da lei ”n° 5.161, de 21 de Outubro de 1966.” Essa fundação foi responsável a pela formação dos primeiros Engenheiros, Técnicos de Segurança do Trabalho, Enfermeiros e Auxiliares de Enfermagem do Trabalho formados no Brasil.

Outras instituições importantes incluem as Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE), que são responsáveis pela fiscalização das condições de trabalho nas empresas, e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é responsável pela concessão de benefícios previdenciários em casos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

Além dessas instituições governamentais, existem também diversas organizações não governamentais, como associações, sindicatos e entidades de classe, que se dedicam à promoção da segurança do trabalho e à defesa dos direitos dos trabalhadores.

Profissionais da área de segurança do trabalho, como engenheiros de segurança do trabalho, técnicos de segurança do trabalho e médicos do trabalho, também desempenham um papel fundamental na identificação, avaliação e controle dos riscos relacionados ao trabalho, visando garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os trabalhadores.

A Constituição Federal trata da segurança do trabalho?

A Constituição Federal do Brasil em seu artigo 7º, inciso XXVIII estabelece que é um direito dos trabalhadores urbanos e rurais o seguro contra acidentes de trabalho, a ser financiado pela contribuição dos empregadores.

Além disso, o artigo 200, inciso II, determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve executar as ações de saúde do trabalhador, incluindo ações de prevenção e atendimento aos acidentados do trabalho.

A Constituição Federal também trata da segurança do trabalho
A Constituição Federal também trata da segurança do trabalho

Já a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seus artigos 19 a 21, estabelece a obrigação do empregador em garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, por meio de medidas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

Existe ainda, a Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, estabelece as regras para a concessão de benefícios aos trabalhadores vítimas de acidentes do trabalho, como auxílio-doença acidentário, aposentadoria por invalidez acidentária, entre outros.

Logo, a Constituição Federal e as leis trabalhistas brasileiras estabelecem a proteção da saúde e da segurança dos trabalhadores, e garantem direitos e benefícios em caso de acidentes de trabalho

O que são as Normas Regulamentadoras (NRs)?

Se você já atua na área de segurança do trabalho, já tomou consciência das Normas Regulamentadoras, ou simplesmente NRs. Agora, se você que está lendo esse post está pensando em entrar na área, já deixa eu te avisar: você vai sonhar com as NRs. Todo profissional de segurança do trabalho dorme, acorda, almoça e janta, e sonha também, com as NRs.

As Normas Regulamentadoras (NRs) são um conjunto de normas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Previdência para regulamentar as condições de segurança e saúde dos trabalhadores em diversas atividades profissionais no Brasil.

As NRs começaram a ser publicadas em 1978, mas até hoje passam por modificações, e isso é ótimo. A revisão e atualização das NRs é um processo contínuo que garante que esses textos estarão sempre em dia com o mercado e as práticas empresariais.

O maior desafio para os profissionais da segurança do trabalho é exatamente manter-se atualizado com as NRs vigentes. Para isso, uma boa fonte de referência é esse Blog Escola da Prevenção.

(Dica: sempre que precisar de materiais de segurança do trabalho atualizados, lembre-se dos Pendrives da Escola da Prevenção.)

Normas Regulamentadoras Atualizadas
Normas Regulamentadoras Atualizadas aqui no Blog Escola da Prevenção

Por ser material bastante sujeito a atualizações, não é fácil armazenar links ou textos das NRs, pois os mesmos podem ficar “quebrados” ou as informações defasadas. Para evitar isso é necessário acompanhamento constante em fontes confiáveis de informação, como as normas regulamentadoras atualizadas, por exemplo.

Dica: no post NRs Atualizadas em mantenho sempre os PDF atualizados para você baixar.

Atualmente, existem 38 NRs em vigor, cada uma abordando aspectos específicos da segurança e saúde no trabalho, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), prevenção de incêndios, proteção contra quedas, entre outros.

Vejamos alguns exemplos das NRs mais famosas:

A última NR criada foi a 38, em dezembro de 2022. Seu título é “Segurança e Saúde no Trabalho nas Atividades de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos”

As NRs são aplicáveis a todas as empresas e organizações que possuam empregados registrados, independente do porte ou segmento de atuação. As empresas devem cumprir as exigências de cada NR, e as fiscalizações são realizadas pelo Ministério do Trabalho e Previdência para garantir o cumprimento das normas.

O objetivo das NRs é garantir a segurança e saúde dos trabalhadores, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais. Além disso, as NRs buscam promover um ambiente de trabalho seguro e saudável, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e para o aumento da produtividade das empresas.

Todas as NRs são fundamentais, mas é possível dizer que entre as mais importantes estão a NR-05, que estabelece as normas para a formação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), a NR-06, que trata dos EPIs, a NR-10, que estabelece as normas para a segurança em instalações e serviços em eletricidade, e a NR-035, que trata da segurança do trabalho em altura.

É importante ressaltar que o não cumprimento das NRs pode resultar em multas e até mesmo na interdição da empresa. Por isso, é fundamental que as empresas estejam atentas em relação ao cumprimento das normas e adotem medidas preventivas para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores.

Dica de aprofundamento: NR-03 Embargo e interdição

Em resumo, as Normas Regulamentadoras são uma importante ferramenta para a promoção da segurança e saúde no trabalho no Brasil, e devem ser cumpridas rigorosamente pelas empresas para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os trabalhadores.

Quem são os profissionais de segurança do trabalho?

Os profissionais de segurança do trabalho são aqueles responsáveis por garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores em um ambiente laboral. Esses profissionais são essenciais para prevenir acidentes e doenças ocupacionais, além de promover um ambiente de trabalho seguro e saudável.

O importante ressaltar também os Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT têm a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Suas regras de constituição e funcionamento encontram-se previstas nas Normas Regulamentadoras.

O SESMT é uma equipe especializada em segurança do trabalho
O SESMT é uma equipe especializada em segurança do trabalho

Dentre os profissionais de segurança do trabalho, destacam-se:

Engenheiro de Segurança do Trabalho: é o profissional que possui formação em Engenharia e especialização em Segurança do Trabalho. Sua função é avaliar as condições de trabalho, desenvolver projetos e programas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, e orientar a implementação das medidas de segurança.

Técnico de Segurança do Trabalho: é o profissional que possui formação técnica em Segurança do Trabalho. Sua função é realizar inspeções e avaliações das condições de trabalho, identificar riscos, elaborar planos de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, e orientar os trabalhadores sobre as medidas de segurança.

Médico do Trabalho: é o profissional que possui formação em Medicina e especialização em Medicina do Trabalho. Sua função é realizar exames médicos admissionais, periódicos e demissionais, avaliar as condições de saúde dos trabalhadores, identificar doenças ocupacionais e orientar a implementação das medidas de prevenção.

Enfermeiro do Trabalho: é o profissional que possui formação em Enfermagem e especialização em Enfermagem do Trabalho. Sua função é avaliar as condições de trabalho, identificar riscos à saúde dos trabalhadores, realizar primeiros socorros em caso de acidentes e orientar os trabalhadores sobre as medidas de prevenção.

Além desses profissionais, outras categorias podem atuar na área de segurança do trabalho, como psicólogos, fisioterapeutas e ergonomistas, entre outros. É importante ressaltar que todos os profissionais de segurança do trabalho devem possuir conhecimentos técnicos específicos e estar atualizados sobre as normas regulamentadoras e legislações relacionadas à segurança e saúde no trabalho

Qual o salário (remuneração) dos profissionais de segurança do trabalho?

Para quem está pensando em entrar na área de segurança do trabalho, uma pergunta que com certeza é muito feita é: “tá, mas qual o salário?”. Agora que já vimos quem são os profissionais de segurança do trabalho, vamos ver alguns dados sobre a remuneração desses profissionais.

Mas antes, dois avisos muito importantes:

  1. o salário dos profissionais de segurança do trabalho pode variar dependendo de vários fatores, como veremos a seguir;
  2. há duas formas básicas de atuação na área: CLT ou independente (consultor, assessor, etc). Os salários a seguir é para quem atua como CLT.

Como ia dizendo, o salário varia muito de acordo com diversos fatores, como por exemplo:

  • a região do país,
  • a experiência,
  • a formação acadêmica,
  • o porte da empresa,
  • o setor de atuação,
  • a demanda por profissionais na região e
  • a negociação entre empregador e empregado.

Para ilustrar o que estou dizendo, vou primeiro mostrar dados do estado de São Paulo, que é o estado com a média salarial mais alta.

De acordo com dados do site de empregos Catho, em março de 2023, a média salarial para o cargo de Técnico em Segurança do Trabalho em São Paulo é de R$ 3.200 a R$ 5.500 por mês, com uma média salarial de R$ 4.193 por mês. Já para o cargo de Engenheiro de Segurança do Trabalho em São Paulo, a média salarial é de R$ 10.000 a R$ 16.000 por mês, com uma média salarial de R$ 12.720 por mês.

Agora, vejamos por exemplo o caso do estado do Ceará.

Novamente de acordo com o site Catho, em março de 2023, a média salarial para o cargo de Técnico em Segurança do Trabalho no Ceará é de R$ 2.800 a R$ 4.800 por mês, com uma média salarial de R$ 3.762 por mês. Já para o cargo de Engenheiro de Segurança do Trabalho no Ceará, a média salarial é de R$ 7.000 a R$ 12.000 por mês, com uma média salarial de R$ 9.206 por mês.

Minha recomendação é que você faça uma pesquisa em sites de emprego para ter uma noção mais assertiva do salário na sua região.

E lembre-se: o início de qualquer carreira é sempre o momento mais difícil, não importa o que você decida fazer da vida.

Agora, para quem atua como consultor ou assessor independente não existe um valor fixo para o seu salário. O trabalho se assemelha mais com atividades empresariais. Nesse caso, uma dúvida muito comum é: quanto cobrar pelos meus serviços de SST?

No intuito de esclarecer essa dúvida, deixo abaixo 2 vídeos de recomendação:

Video 1:

Quanto cobrar pelo PGR?

Video 2:

Quanto cobrar pela consultoria de SST?

O que é o eSocial e como ele se relaciona com segurança do trabalho?

O eSocial é um projeto do Governo Federal que visa unificar o envio de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais por parte das empresas em um único sistema. Ele foi criado com o objetivo de simplificar o cumprimento das obrigações fiscais e trabalhistas, reduzir a burocracia e aumentar a eficiência na gestão das informações.

No que diz respeito à Segurança do Trabalho, o eSocial tem um papel fundamental, uma vez que exige que as empresas informem em tempo real os dados referentes à segurança e saúde no trabalho, como acidentes de trabalho, emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), treinamentos realizados, uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), exames médicos, entre outros.

O eSocial chegou na segurança do trabalho
O eSocial chegou na segurança do trabalho

Com isso, o eSocial se torna uma importante ferramenta para o controle e a prevenção de acidentes de trabalho, uma vez que permite que as empresas monitorem em tempo real a saúde e a segurança dos trabalhadores, identifiquem riscos e adotem medidas preventivas.

Além disso, o eSocial também permite que as informações referentes à Segurança do Trabalho sejam integradas com as demais informações trabalhistas e previdenciárias, facilitando a gestão dos dados e o cumprimento das obrigações fiscais e trabalhistas.

Ou seja, o eSocial é um importante instrumento para a melhoria da Segurança do Trabalho nas empresas, uma vez que obriga o envio de informações em tempo real, permitindo um monitoramento constante das condições de trabalho e a adoção de medidas preventivas. Além disso, o eSocial também traz benefícios para a gestão de informações trabalhistas e previdenciárias, tornando o processo mais eficiente e reduzindo a burocracia.

Dica de aprofundamento: eSocial: Guia Definitivo Para Profissionais SST

8 boas práticas empresariais de segurança do trabalho

Existem diversas boas práticas que podem ser adotadas para garantir mais segurança nos locais de trabalho, veja algumas delas:

Identificação de riscos: avaliação de riscos de segurança e saúde no trabalho, conforme a ISO 31000, objetiva analisar e estimar potenciais perigos e ameaças, suas causas e consequências, gerando condições das empresas distinguirem o que é tolerável e aceitável e comparar opções para tomada de decisão.

ISO 31000 é uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas para gerenciar todos os tipos de riscos nas organizações. Através de suas diretrizes é possível A gerenciar riscos, em quaisquer atividades, incluindo a avaliação de riscos de segurança e saúde no trabalho.

É importante realizar uma avaliação de riscos para identificar as principais ameaças à segurança dos trabalhadores. Com isso, é possível adotar medidas preventivas para reduzir esses riscos.

Uso de EPIs: Os Equipamentos de Proteção Individual devem ser fornecidos pela empresa e utilizados corretamente pelos trabalhadores, de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos.

Treinamento e conscientização: Todos os trabalhadores devem ser treinados e orientados sobre os riscos do trabalho, bem como as medidas preventivas que devem ser adotadas.

Manutenção preventiva: A manutenção dos equipamentos e maquinários deve ser realizada periodicamente, a fim de prevenir acidentes e garantir o bom funcionamento.

Sinalização: A sinalização adequada dos locais de trabalho é fundamental para garantir a segurança dos trabalhadores. Deve-se utilizar placas, faixas, cores e outros recursos para indicar os riscos e as medidas preventivas.

Adoção de boas práticas: É importante adotar boas práticas de trabalho, como a organização e limpeza do ambiente, o uso correto de ferramentas e materiais, entre outros.

Acompanhamento da saúde dos trabalhadores: Deve-se realizar exames médicos periódicos nos trabalhadores, a fim de identificar possíveis problemas de saúde relacionados ao trabalho.

Cumprimento das normas regulamentadoras (NRs): Todas as normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho devem ser cumpridas rigorosamente, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores.

Essas são algumas das boas práticas que podem ser adotadas para garantir mais segurança nos locais de trabalho. É importante que as empresas estejam sempre atentas às novas tecnologias e tendências em segurança do trabalho, a fim de garantir um ambiente de trabalho cada vez mais seguro e saudável

5 benefícios dos treinamentos na segurança do trabalho

Os treinamentos são fundamentais para garantir a segurança no ambiente de trabalho, pois capacitam os trabalhadores a identificar e prevenir possíveis riscos, além de promover uma cultura de segurança e prevenção de acidentes.

Os treinamentos na área de segurança do trabalho devem ser realizados de forma contínua, abordando temas como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), técnicas de prevenção de acidentes, primeiros socorros, medidas de emergência, entre outros.

Dentre os benefícios dos treinamentos na segurança do trabalho, podemos destacar:

  1. Redução de acidentes de trabalho: os treinamentos capacitam os trabalhadores a identificar e prevenir possíveis riscos, reduzindo a ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho.
  2. Maior conscientização: os treinamentos ajudam a promover uma cultura de segurança e prevenção de acidentes, fazendo com que os trabalhadores tenham uma maior conscientização sobre a importância de adotar medidas de segurança do trabalho.
  3. Aumento da produtividade: com a redução de acidentes e a conscientização dos trabalhadores, há uma melhoria na produtividade, uma vez que os trabalhadores se sentem mais seguros e confiantes em realizar suas atividades.
  4. Cumprimento das normas: os treinamentos na segurança do trabalho ajudam as empresas a cumprir as normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho, evitando assim sanções e multas.
  5. Melhoria da imagem da empresa: ao adotar medidas de segurança do trabalho e realizar treinamentos para os trabalhadores, a empresa melhora sua imagem perante a sociedade, demonstrando responsabilidade social e preocupação com o bem-estar dos seus colaboradores.

Assim, os treinamentos na segurança do trabalho são fundamentais para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável, promovendo uma cultura de prevenção de acidentes, aumentando a conscientização dos trabalhadores e melhorando a produtividade da empresa.

Quais os principais documentos da área de segurança do trabalho?

No Brasil, existem vários documentos relacionados à segurança do trabalho que as empresas devem possuir e manter atualizados. Com absoluta certeza, essa é uma das partes mais sensíveis e importantes e todo profissional da área deverá se adaptar a isso. Se você analisar as NRs com calma, verá que todas criam exigências relacionadas a documentação. Dentre os principais, podemos citar:

Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)

A partir de 03/01/2022, é obrigatório que todas as empresas desenvolvam o Programa de Gerenciamento de Riscos, também conhecido como PGR. O intuito do PGR é assegurar que os perigos e riscos presentes no ambiente de trabalho sejam identificados e devidamente controlados, visando a preservação da saúde dos funcionários.

Dica de aprofundamento:

Qual a diferença entre GRO e PGR?

Programa de Gerenciamento de Riscos PGR | Tudo Sobre

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

O PCMSO (é um programa obrigatório, regulamentado pela NR0-7, que visa promover e preservar a saúde dos trabalhadores, através de exames médicos e monitoramento de sua saúde.

O PCMSO deve ser elaborado por um médico do trabalho e deve contemplar a realização de exames médicos admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissionais, além de outras avaliações complementares que sejam necessárias para monitorar a saúde dos trabalhadores.

Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT)

O LTCAT é um documento que avalia as condições ambientais de trabalho e identifica os agentes nocivos à saúde dos trabalhadores, conforme a legislação previdenciária, em especial, o Descreto 3048 que traz o regulamento da previdência social.

Dica de aprofundamento:

IN 128: Novas Regras Para LTCAT e PPP

Análise de Risco (AR)

A análise de riscos é uma técnica utilizada para identificar, avaliar e gerenciar os riscos associados a uma determinada atividade ou situação. O objetivo é identificar as possíveis fontes de risco, as suas consequências e as medidas que podem ser tomadas para minimizá-las ou eliminá-las.

É comum que o resultado da análise de riscos seja registrada em um documento, conhecido como AR ou também APR (análise preliminar de riscos).

Programa de Proteção Respiratória (PPR)

O PPR (Programa de Proteção Respiratória) é um programa que tem como objetivo garantir a proteção da saúde dos trabalhadores que realizam atividades em ambientes com riscos respiratórios, como exposição a poeiras, fumos, vapores, gases ou outros contaminantes do ar.

Entre as medidas que podem ser adotadas pelo PPR estão: a seleção adequada do equipamento de proteção individual (EPI) mais adequado para cada atividade, a capacitação dos trabalhadores para a correta utilização do EPI, a manutenção periódica e a higienização dos equipamentos, a avaliação periódica da eficácia do programa e o registro das atividades desenvolvidas.

O PPR é importante para prevenir doenças respiratórias e garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que atuam em ambientes com riscos respiratórios.

Certificado de Aprovação (CA)

O CA é um documento emitido pelo Ministério do Trabalho e Previdência que atesta a conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) com as normas e regulamentações técnicas aplicáveis.

O CA é obrigatório para a comercialização e uso dos EPIs no Brasil, sendo um dos requisitos exigidos pela NR-06 (Norma Regulamentadora 06).

O processo de obtenção do CA envolve uma análise técnica do equipamento, que verifica se o EPI atende aos requisitos estabelecidos pelas normas regulamentadoras. Entre os requisitos avaliados estão o grau de eficiência na proteção contra os riscos identificados, o conforto e a ergonomia para o trabalhador, a durabilidade e a resistência do equipamento, entre outros.

Permissão de Trabalho (PT)

A PT é um documento que autoriza a realização de atividades específicas em áreas de risco ou perigo, definindo as medidas preventivas e os procedimentos a serem adotados durante a execução das atividades.

Esses são apenas alguns, existem muitos outros documentos de segurança do trabalho. Para ver uma lista maior, recomendamos o seguinte post em nosso Blog:

Documentos de segurança do trabalho

Veja também: siglas da segurança do trabalho

Qual o papel dos trabalhadores?

Os trabalhadores têm um papel crucial em relação à segurança do trabalho. Eles também são responsáveis por sua própria segurança e saúde, bem como a dos colegas de trabalho.

Os trabalhadores também são responsáveis pela segurança do trabalho
Os trabalhadores também são responsáveis pela segurança do trabalho

Alguns dos papéis que os trabalhadores podem desempenhar para garantir a segurança do trabalho incluem:

  • Seguir os procedimentos de segurança: os trabalhadores devem estar cientes dos procedimentos de segurança estabelecidos e seguir as instruções e diretrizes para minimizar os riscos de acidentes.
  • Identificar riscos: os trabalhadores devem estar alertas para quaisquer riscos de segurança do local de trabalho e informar seus supervisores sobre quaisquer questões de segurança.
  • Participar de treinamentos: os trabalhadores devem participar de treinamentos e sessões de orientação sobre segurança do trabalho, a fim de entender melhor os riscos e como minimizá-los.
  • Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs): os trabalhadores devem usar os EPIs necessários para proteger-se de lesões e doenças relacionadas ao trabalho.
  • Reportar acidentes: se ocorrer um acidente, os trabalhadores devem informar imediatamente o supervisor ou responsável pela segurança, a fim de que as medidas corretivas sejam tomadas.

Os trabalhadores têm um papel fundamental na garantia da segurança do trabalho. Eles devem estar sempre alertas, conscientes e ativamente envolvidos em todas as atividades relacionadas à segurança do local de trabalho

Como faço para entrar para a área de segurança do trabalho?

Para ingressar na área de Segurança do Trabalho no Brasil, é necessário ter formação técnica ou superior na área. Alguns dos caminhos para se tornar um profissional de Segurança do Trabalho incluem:

Formação técnica em Segurança do Trabalho: Para atuar como Técnico em Segurança do Trabalho, é necessário concluir um curso técnico reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação. O requisito é ter o ensino médio completo.

Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho: Para atuar como Engenheiro de Segurança do Trabalho, é necessário possuir graduação em Engenharia e pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Pós-graduação em Segurança do Trabalho: Para complementar a formação de Técnicos em Segurança do Trabalho ou de Engenheiros de outras especialidades, é possível fazer uma pós-graduação em Segurança do Trabalho.

Tecnólogo em segurança do trabalho: mais recentemente surgiu também uma formação considerada de nível superior, mas com duração de 2 a 3 anos.

Além da formação, é importante ter conhecimento sobre as leis e normas de segurança do trabalho no Brasil.

O mercado de trabalho é amplo e cada vez mais promissor, é possível procurar oportunidades em empresas públicas e privadas, órgãos governamentais e consultorias especializadas em Segurança do Trabalho. O networking (rede de amigos e conhecidos) e a participação em eventos e associações da área também podem ser úteis para estabelecer contatos e buscar novas oportunidades de trabalho.

Conclusão: o que achou da área de segurança do trabalho?

A área de segurança do trabalho é muito importante para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores, além de prevenir acidentes e doenças ocupacionais. Os profissionais de segurança do trabalho têm um papel crucial na promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os trabalhadores.

Começar a trabalhar na área de segurança do trabalho pode ser uma boa opção para aqueles que estão interessados em ajudar a proteger a vida e a saúde dos trabalhadores, bem como promover o cumprimento das leis e normas de segurança do trabalho. É uma área que oferece oportunidades de crescimento profissional, tanto em termos de experiência quanto em níveis de remuneração.

No entanto, é importante lembrar que a área de segurança do trabalho exige um alto grau de responsabilidade e comprometimento. Os profissionais de segurança do trabalho precisam estar sempre atualizados sobre as mudanças nas leis e regulamentações de segurança do trabalho e precisam estar preparados para agir rapidamente em caso de emergência.

Profissional de segurança do trabalho: atualize-se sempre
Profissional de segurança do trabalho: atualize-se sempre

Para completar , a área de segurança do trabalho é uma excelente escolha para aqueles que estão dispostos a se dedicar a garantir a saúde e segurança dos trabalhadores, e que estão prontos para enfrentar os desafios e responsabilidades que vêm com essa função tão nobre, que é a de preservar a vida e a saúde sua e de outros seres humanos.

Para se aprofundar na segurança do trabalho

Esse post foi escrito para as pessoas que estão pensando em entrar na área e também para aqueles que estão nos cursos de formação. Mas, se por algum motivo, você que está lendo esse post, desejar dar um passo a mais, saiba que aqui no Blog Escola da Prevenção, nós temos muitos conteúdos de aprofundamento.

Veja alguns exemplos:

Normas Regulamentadoras Atualizadas

Siglas da segurança do trabalho

Lista de documentos da segurança do trabalho