Análise custo-benefício na Segurança do Trabalho
Já ouviu falar em análise custo-benefício? Esse é o tema do nosso post de hoje! Trata-se de uma análise que os gestores da empresa deveriam fazer o tempo todo.
Um pensamento muito comum de quem acabou de entrar na área de segurança do trabalho é: “quero ter um ambiente de trabalho 100% seguro”. Existe até uma série de vídeos feita pelo SESI/SENAI com esse nome: 100% seguro.
Entretanto, devida a própria natureza das atividades humanas, sempre haverão riscos residuais. O Profissional SST não busca a eliminação completa dos riscos. O que buscamos é o patamar de riscos aceitável.
Tem uma imagem que ilustra bastante bem o que é a análise custo-benefício. Qualquer pessoa que já estudou um pouquinho de economia vai reconhecer isso.
Vamos entender o gráfico da análise custo-benefício?
No eixo Y temos os custos expressos em moeda, ou seja, Reais (R$).
No eixo X temos o grau de segurança, que pode variar de 0 até 100, onde o 100 seria 100% seguro, ou seja, zero risco.
Então, nesse gráfico temos 3 linhas.
A primeira linha na cor VERDE representa os custos com a segurança. Quanto maior o grau de segurança, maior o custo da empresa com a SST. Observe que próximo ao grau de segurança 100 os custos com a segurança (custos de implementação das medidas preventivas) crescem muito rapidamente.
Até aqui tranquilo.
A segunda linha na cor AZUL é o custo dos acidentes. Quanto maior o grau de segurança, menor é o custo dos acidentes. Ou seja, quanto mais seguro o ambiente, teremos menos gastos relacionados aos acidentes de trabalho.
Até aqui tranquilo.
Agora vamos entender a terceira linha, na cor LARANJA.
Nessa linha, estamos somando as duas linhas anteriores, ou seja, a linha LARANJA é a soma da linha VERDE com a AZUL. Ou seja, na análise custo-benefício precisamos somar os custos com os acidentes com os custos para implementar as medidas preventivas, chegando nos custos totais incorridos pela empresa.
Observe que ao fazer isso, temos uma curva na forma de U .. ou seja
… temos um ponto ÓTIMO, indicado no gráfico pela letra A.
E é aqui que a cabeça de muitos Profissionais SST vai “bugar”.
► Existe um nível ótimo de investimento em SST ◄
E esse nível não é onde o risco é zero!
O risco zero será 100% o grau de segurança, mas não se investe até chegar a esse ponto.
Perceba que mesmo no ponto mínimo da curva LARANJA ainda haverão acidentes ou adoecimentos.
E é assim mesmo.
A própria área SST não trabalha com risco zero, mas sim um risco aceitável.
Um estudo da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho demonstrou como pequenas e médias empresas se beneficiaram de investimentos em SST.
Exemplo prático da análise custo-benefício
Um empresa do setor de construção investiu em treinamentos sobre a postura correta para levantar pesos, exercícios de levantamento de equipamento, lembretes sobre técnicas seguras de levantamento de pesos, e outros incentivos.
O resultado foi redução das dores lombares e das baixas por doença devido a dores lombares. A empresa recuperou o investimento em 2,16 anos.
Outra empresa, do setor de gestão de resíduos, investiu em melhorias nos EPI e EPC para reduzir acidentes causados por escorregões e e tropeções.
Como resultado, os índices de acidentes caíram 20%, recuperando o investimento em 1,3 anos.
O que eu quero deixar de reflexão para você hoje é:
Pense nisso!
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